“Persona” é a primeira mostra do recém-criado Museu de Arte do Paço (Mapa), onde era a sede da prefeitura de Porto Alegre

Pinturas a óleo que parecem reais, assemelhando-se a fotografias, retratam mulheres de distintas regiões do mundo para enaltecê-las. Assim são os trabalhos de Silvia Brum para sua recente exposição “Persona”, com curadoria de Ana Zavadil — a mostra é a primeira do recém-criado Museu de Arte do Paço (Mapa), onde era a sede da prefeitura de Porto Alegre. As obras encantam pela riqueza de detalhes e pela qualidade visual e técnica, evidenciando o talento da artista gaúcha, que pinta retratos desde a década de 1990.
Natural de Porto Alegre, Silvia se formou em Arquitetura e Urbanismo pela UniRitter e, depois, cursou a oficina de pintura do Atelier Livre da prefeitura. Em 2005, morou em Paris, na França, onde estudou fotografia, interessando-se especialmente pelos detalhes revelados por meio do zoom de sua lente. A partir dessas referências, a artista passou a incorporar novas informações em suas telas, que ganharam contornos hiper-realistas.
— Pinto o que conheço, o que é familiar para mim e o que me instiga. A temática feminina, no que se refere às questões sociais e emocionais das mulheres, me sensibiliza e me impele a expressar o que estou sentindo — comenta Silvia.

Atualmente, Silvia dedica-se à pintura autoral, tendo a figura feminina como elemento central. Embora represente a figura humana de forma realista, seu objetivo não é criar uma pintura de exatidão fotográfica, mas utilizar-se do realismo como ferramenta para dar vida aos seus personagens, especialmente aos olhos, o foco de suas pinturas.
— Os rostos que pinto são criados por mim, mas representam a realidade de muitas mulheres — declara a artista.
